sábado, 25 de junho de 2011

Hora do pulso.

Entrei numa fase de Pai babão. Daqueles que carregam tudo quanto é coisa pela rua e leva pro filho; que não pode ver nada na vitrine que quer comprar; uma música que lembra, um presente querendo dar. Mas nem só de admiração vive um Pai, muito menos o filho. É preciso educar, ensinar, direcionar os caminhos. Benedita já tateia passos, já consegue fincar os pés no chão, até ousa balbuciar coisas... E como fala, a bendita! Não puxou o pai. Não mesmo. Nesse processo, estou justamente na fase de ajustes: educar o filho ali nascido e já meninão. Momento de dizer "nãos", de podar, desdizer o que disse, reafirmar novos desafios, CONFIAR no filho por mim gerado. Acho mesmo que pai tem medo de deixar o filho sair de casa, de apresentá-lo, de quererem levar... sei lá. O pior é que eles crescem e sempre saem de casa. Ainda bem. Deixando de lado a licença poética eis que chego nessa fase essencial numa criação artística: a das escolhas. Após três meses de ensaios práticos e improvisações consegui levantar algumas possibilidades de cenas e discursos. A construção da personagem já esboça uma certa autonomia. Como diz meu diretor Fabinho: "Benedita já é". Resta agora decidir os rumos dramatúrgicos, costurar as histórias já criadas, reafirmá-las num varal de idéias e reviravoltas. Hora de educar mesmo. Hora difícil. Hora cuidadosa. Hora do pai mostrar que é pai.





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