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O Espetáculo



Vencedor do Festival Internacional de Teatro Home Theatre 2013 na cidade do Rio de Janeiro. Sob orientação de Fábio Vidal eDanilo Pinho, o ator Bruno de Sousa estreou seu solo autora l“Benedita”, em Novembro de 2011, no Teatro Gamboa Nova.Logo em seguida recebeu o convite do Teatro XVIII onde cumpriu temporada Janeiro do mesmo ano repetindo o sucesso da primeira estreia e seguiu para se apresentar no FIT - Festival Nacional Ipitanga de Teatro sendo indicado a 08 categorias: Melhor Espetáculo adulto; melhor Diretor; melhor Ator; melhor Cenário; melhor Trilha sonora; melhor Figurino, Júri popular e melhor Maquiagem com o qual foi premiado. Em Março de 2012 participou do MUST – Mostra Universitária Salvador de Teatro. Foi selecionado para integrar o FILTE - Festival Latino Americano de Teatro da Bahia com 03 apresentações de 01 a 03 Setembro de 2012. Antes disso se apresentou no Teatro Sesi - Rio Vermelho às quintas- feiras do mês de Junho e seguiu em curta temporada nos dias 27, 28 e 29 de Julho para o Teatro Martim Gonçalves.  Na sua primeira viagem, Benedita segue para cidade de Itaberaba  - BA, apresentando-se no Auditório do Colégio Modelo  nos dias 03 e 04 de Agosto de 2012. Apresentou-se na Mostra Cariri de Culturas em Novembro de 2012 em Juazeiro do Norte CE.

No palco, uma velha mulher chega ao limite de seus horizontes. Ela carrega uma gigantesca trouxa na cabeça e, em meio aos panos que traz, existe uma pequena trouxa de roupas sujas com as quais ela, peça a peça, conta a história de suas antigas e atuais clientes. Essas peças de roupas marcaram sua vida centenária de perdas, encontros, afetos, maledicências, tragédias, risos, dores e superações. Enquanto ela traz à tona essas historias, realiza um ritual de morte e passagem. A trouxa disforme que inicialmente compõe a cena vai depois revelar complexidade própria e acompanhar o desenrolar do personagem. Ao final do espetáculo, todo um cenário com múltiplas referências em diversos setores terá saído do hermético pacote.

              O espetáculo foi concebido com o intuito de formular uma prática criativa centrada no trabalho do ator. “Benedita”tem por base a pesquisa na construção de um personagem onde o intérprete assume os meandros cênicos de Direção, Atuação e Dramaturgia para feitura do mesmo. Utiliza-se de técnicas de Teatro Físico e Contação de Histórias. “Encenar Benedita é um desafio pra mim como ator, mas também um grande prazer por saber que tomei conta de tudo um pouquinho. A montagem é um resultado bem autoral e de muito trabalho, estudo e pesquisa, sem falar que, através do personagem, eu abordo temas importantes como o abuso de poder, o misticismo, religiosidade, velhice e solidão; que, de alguma maneira, muitos se identificam”, declara Bruno.  O ator é Bacharel em Artes Cênicas – Interpretação Teatral pela Universidade Federal da Bahia (2009).
            O uso minimalista de luz – Pedro Dultra-, som – Leandro Villa - e cenário – Rodrigo Frota - traz uma intimidade entre o público e a personagem que, em meio ao azedume do seu estado de espírito, consegue imprimir pitadas de humor sem perder a linha narrativa da historia que parece sempre oscilar entre a lucidez e o profundo mergulho no delírio onírico. Esse é um mérito alcançado pelo ator que, após mais de um ano de ensaios, conseguiu imprimir uma graça quase divina no personagem; que, mesmo em meio a praguejas e delicadas revoltas, mantém-se humanamente leve e é justamente com esse atributo que ela conduz o público para esses mundos paralelos.

É difícil classificar a personalidade de Benedita, que ora tende a ser a mais generosa e delicada das criaturas, ora é um puro sarcasmo e perversidade. Daí, o que pode se dizer é que Beneditatrata-se de uma simpática mulher, contadora de histórias, lavadeira-curandeira-bruxa-feiticeira, com uma imponente relação com o misticismo e com o indizível – como só caberia a um Deus - ela perpassa o curandeirismo e a espiritualidade. Nesse seu último dia de vida, ela revisita suas memórias na esperança de não deixar nada pendente no plano terreno. Distrai-se com cantigas do passado, enquanto chama incansavelmente pelo seu único companheiro, Tonho, um porco que é cúmplice das suas crendices e mandingas. Benedita tece destinos, relatando uma história arquetípica e mitológica e, ao final de tudo isso, cumpre com a sua sentença pondo fim à própria vida. Mas não morre, apenas transcende, não deixando sombra de dúvidas, nem para ela nem para o público, de que cada um é responsável pelo seu próprio destino. 





Ficha Técnica





Texto, Direção e Atuação: Bruno de Sousa

Orientação: Fábio Vidal

Orientação: Danilo Pinho

Direção de Produção: Fábio Tavares

Assistente de Produção: Rafael Manga

Cenografia / Programação Visual: Rodrigo Frota

Trilha Sonora: Leandro Villa

Figurino: Diana Moreira

Desenho de Luz: Pedro Dultra 

Maquiagem: Ramona Azevedo

Vídeos de divulgação: Malagueta Filmes

Comunicação: Centro Cultural Ensaio







Centro Cultural Ensaio

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